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As cousas do día a día,
dende a trastenda arqueolóxica persoal de
José María Bello

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Inicio > Historias > Tempo de negación 1

Tempo de negación 1

Mesmo se non me fica voz para cantar, recúsome a ficar amolecido.

 

Recuso-me a ficar amolecido
Tragicamente cilindrado
E muito antes de lutar - vencido
E muito antes de morrer - violado.

Recuso-me ao silêncio e à mordaça
Serei independente, livre e exacto
A verdade é uma força que ultrapassa
A própria dimensão em que combato.

Recuso-me a servir a violência
Embora a minha voz de nada valha
Mas que me fique ao menos a consciência
De que tentei romper esta muralha.

Recuso-me a ter medo e a estiolar
Na concha dos poetas sem mensagem
Que me levem o corpo e a coragem
Mas que me fique esta voz para cantar.

Canção inserida no disco de Luis Cilia "La poesie Portugaise de nos jours et de toujours" vol 1 de 1967.
Mais um poema maravilhoso de João Apolinário.


2012-12-08 16:19 | 1 Comentarios


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Comentarios

1
De: Stanislav Riley Fecha: 2019-03-11 01:45

Por lo general, hay muy pocas personas que pueden escribir artículos no tan simples como creativamente. ¡Continúa la buena escritura!
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